19/05/09

Dois milhões de pobres...

Isto merece destaque... infelizmente. Imagnio o que se passará "por cá".

Um estudo do Banco de Portugal debruçou-se sobre a pobreza no país no período 2005/2006. A conclusão vai ao encontro de outros trabalhos semelhantes e revela que um quinto da população é pobre, um número que inclui 300 mil crianças. Os idosos e as famílias afectadas pelo desemprego são particularmente vulneráveis.

As conclusões do
estudo sobre a pobreza em Portugal aponta os agregados familiares que "são particularmente vulneráveis a uma situação de pobreza: famílias em que um ou mais adultos se encontram desempregados; idosos (isolados ou casados) com baixos níveis de educação; famílias compostas por um adulto solteiro que não trabalha e que tem filhos; e famílias numerosas em que pelo menos um adulto não trabalha". "O aumento da taxa de desemprego sobressai de entre o conjunto de factores que contribuirá para aumentar a pobreza em Portugal no futuro próximo", diz ainda o trabalho coordenado por Nuno Alves, do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal.

Para os autores do estudo, o acesso ao trabalho é um factor que diminui o risco de pobreza."Os agregados familiares em que o representante exercia uma profissão em 2005/06 apresentavam uma incidência de pobreza significativamente inferior à média da população", nota o trabalho publicado no Boletim Económico desta Primavera do Banco de Portugal.

Isto não quer dizer que estar empregado afaste o risco de pobreza, já que as conclusões referem também que "25 a 30 por cento da população pobre em 2005/06 exercia regularmente uma profissão".Um factor positivo na evolução da pobreza em Portugal é o aumento da escolaridade. "Em 2005/06, cerca de 40 por cento dos indivíduos com mais de 14 anos e sem qualquer percurso escolar eram pobres, enquanto apenas 3 por cento dos indivíduos com um curso superior viviam numa situação de pobreza", diz o trabalho agora publicado, que acredita que "no futuro próximo, a entrada na idade activa de indivíduos com um nível de educação superior à média da população (...) deverá contribuir para diminuir a taxa de pobreza em Portugal.Este estudo não se pronuncia sobre as políticas públicas nesta área, embora enuncie o que devem ser as prioridades da intervenção governamental nesta área: "a provisão, com elevada qualidade, de serviços públicos como a educação, a saúde e os cuidados infantis, um acesso equitativo ao sistema judicial, a existência de habitação e transportes públicos acessíveis (...) e outros serviços públicos fundamentais centrados nas crianças e nos idosos".

Outro conjunto de políticas inclui "a existência de um sistema de pensões sustentável, a provisão de subsídios de desemprego, a existência de esquemas de rendimento mínimo garantido e políticas que incentivem a participação no mercado de trabalho".A linha de pobreza considerada no estudo foi a de um rendimento mensal de 382 euros em 2005 e 406 euros em 2006, calculada a partir do critério de risco de pobreza do Eurostat, que diz que alguém é pobre se o "nível de rendimento (despesa) por adulto equivalente for inferior a 60 por cento do rendimento (despesa) por adulto equivalente mediano em Portugal".

O que é que isto tem a ver com Vila Verde? Saia de casa faz o favor e em vez de olhar, veja!

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